Anna Joy
Descobrimos com
13 semanas e 2 dias que nosso bebê tinha anencefalia, e nos
disseram que teríamos que tomar uma decisão e agir
dentro de 48 horas, se decidíssemos por interromper a
gestação. Tentamos buscar informação e
tomar nossa decisão, mas estávamos tão
devastados que seguimos o conselho médico e interrompemos a
gravidez com 13 semanas e 6 dias.
Eu tomei citosina
na noite anterior ao procedimento, e na verdade o parto do bebê
ocorreu naturalmente na manhã seguinte, antes mesmo que eu
fosse internada para o procedimento. Como resultado, o que até
aquele momento não parecia ser completamente real se tornou
real de forma chocante, no momento em que eu peguei meu pequenino
bebê em minhas mãos.
Os médicos
estavam corretos com o diagnóstico, mas ao vê-la (era
muito cedo para ter certeza, mas eu sinto em meu coração
que era uma menina), eu percebi que, não importava o quão
cedo era, não importava quão terminal era o
diagnóstico, aquele ainda era um (pequenino) bebê, meu
bebê, e eu imediatamente me arrependi de nossa decisão.
Eu continuo em
conflito por essa decisão desde então, e oro que outras
mães possam encontrar todo o apoio que elas necessitam para
tomar a decisão que seja melhor para sua família.
Eu gostaria de
ter permitido que meu bebê pudesse ficar todo o tempo possível
em meu ventre. Eu gostaria que ela ficasse tempo suficiente para que
nós tivéssemos oferecido um enterro apropriado a ela,
que nós pudéssemos reconhecer publicamente que Anna Joy
Garret é nossa
filha e sempre será, mesmo sem um túmulo, uma certidão
de nascimento e de óbito.
Eu estava
assustada – assustada para perceber que aquele era um bebê
vivo porque eu não queria sentir a perda. Assustada de ver o
bebê, pelo medo de como ele seria. Mas aprendi que não
importa por quanto tempo você carrega um bebê, ou como
isso termina, você ainda sente um luto profundo e doloroso. Eu
vi minha bebê, carreguei-a em minhas mãos (ela tinha
mais ou menos o cumprimento da palma da minha mão), e exceto
por seu crânio, ela era perfeita. Mesmo assim, não
importa qual era sua aparência física, ela era minha
filha, e eu a amei incondicionalmente.
Laurie
última atualização 06.03.2019